11 perguntas para você

Algumas provocações… Valem para qualquer leitor, mas espero que aqueles que são também escritores fiquem com uma pulga atrás da orelha!

  1. Como você descobre novos títulos e autores para leitura?
  2. Você se recusa a ler alguma coisa ou torce o nariz para algum tipo de livro? Por que motivo?
  3. Se você escreve, quais são suas influências? E, se não escreve, com quem gostaria de aprender, se fosse o caso?
  4. Você faz anotações enquanto lê? No livro ou à parte?
  5. Com que frequência você se desafia com leituras diferentes das que gosta mais ou de gêneros que já conhece?
  6. Você tem uma editora preferida? Guarda o nome de tradutores? Já pesquisou antes de escolher um livro com mais de uma edição ou compra sempre o mais barato porque dá na mesma?
  7. O que os livros que você ama têm em comum uns com os outros?
  8. O que os livros que você odeia têm em comum entre si?
  9. Autores iniciantes (autopublicados ou não) e editoras pequenas têm espaço na sua prateleira ou entre seus livros digitais? Como anda seu apoio à bibliodiversidade?
  10. Quais países do mundo você já conheceu através dos livros? Ou seja: quais cenários diferentes você já leu, de que nacionalidades são os autores que você tem lido?
  11. Sua relação com os clássicos é sadia? Alguns leitores se afastam, outros sentem culpa por não terem lido TODOS, outros só leem o cânone e desmerecem o resto… E você?

Bom… E de onde veio a motivação para esse post?

Não é novidade que estou um pouco sumida aqui no blog, embora o Facebook esteja ligeiramente mais movimentado (até pelo tipo de postagens em cada meio…). Mas eu tenho duas amigas, Isa e Bárbara, que são muito companheiras e estão sempre incentivando o blog. Obrigada, meninas!

Nesse espírito, elas me marcaram nesse post (Liebster Award), fazendo uma convocação para uma espécie de desafio do bem. O objetivo é movimentar a blogosfera e causar mais interação entre os/as diferentes blogueiros/as.

Resolvi abraçar a deixa, mas mudei um pouco as regras, rs! Descubram um pouco mais lendo o restante do post. Continuar lendo 11 perguntas para você

Publicação híbrida, avaliação crítica

Um post anterior tratou dos dois caminhos possíveis para lançar um livro: publicação tradicional (por editora) e autopublicação (com auxílio de prestadores de serviços). Quando escrevi, achei que (modéstia à parte, rs!) seria uma mão na roda para quem acabou de ter a ideia de publicar e não sabia por onde começar, um bom recurso para a decisão “enviar para editoras ou publicar por conta própria?”

Continuo acreditando em tudo que está escrito lá, claro!, mas por alguns e-mails que recebi e por algumas dúvidas que vejo com frequência em grupos de autores, percebi que deixei uma ponta solta no outro post, e cabe aprofundar o tema. Não ficou claro que eu estava falando de uma divisão didática, de dois paradigmas, que a realidade é muito mais complexa.

Agora, quero que pensemos em casos como esses: a editora paga revisão e impressão, mas o autor paga capa e projeto gráfico (ou qualquer outra divisão dos custos); o autor arca com a edição do texto e projeto gráfico, mas impressão e distribuição correm pelo sistema da empresa (o exemplo do Clube de Autores)… Continuar lendo Publicação híbrida, avaliação crítica

MAIS cinco coisas que você sempre quis saber…

…sobre envio de originais para editoras!

O post anterior, com as cinco primeiras perguntas, está disponível aqui.

6. Eu não posso mesmo mandar por e-mail?
Não, não pode. Se no site da editora está escrito que ela só avalia originais enviados pelo correio, não adianta enviar e-mail. Se ela pede os originais impressos, é desperdício enviar CD, DVD ou pendrive. Agora, se a editora aceita originais por e-mail, vai com tudo, claro!

Bom, eu também acho que e-mail seria muito mais prático para os autores. E, sob certos aspectos, também para as editoras. Além de mais ecologicamente responsável. Mas não somos nós que decidimos, certo? A regra parte de cada empresa e se você quer fazer parte do time, o mínimo que tem que fazer é estar atento às normas da casa e se mostrar solícito. Afinal, como já disse no outro post: existem mais originais por aí do que as editoras são capazes de publicar. O autor que quer ser publicado não pode correr o risco de perder nenhum pontinho nessa competição.

E se vocês me perguntarem qual o motivo de tantas editoras exigirem originais em papel… Eu chutaria o seguinte: tradição e força do hábito (sim, isso ainda tem força no mercado editorial de maneira geral); é uma medida que desencoraja autores preguiçosos, menos comprometidos; é mais fácil controlar uma pilha de material físico do que e-mails; ter a caixa de entrada abarrotada de arquivos pesados e avisos de “nova mensagem” pipocando no monitor o dia inteiro são muito inconvenientes. Continuar lendo MAIS cinco coisas que você sempre quis saber…

Cinco coisas que você sempre quis saber…

…sobre envio de originais para editoras!

Antes de começarmos, só quero enfatizar que transmito a minha opinião, baseada na experiência editorial, sobre o que acredito funcionar na prática. Isso não quer dizer que, seguindo essas dicas, seu texto com certeza vai ser avaliado e/ou aprovado. Acredito que, seguindo essas sugestões, é mais fácil evitar que ele vá parar no final da pilha de originais e não saia de lá nunca mais… A realidade, pessoal, infelizmente é dura: existem muito mais textos originais do que as editoras são capazes de publicar. Mas nem por isso vocês devem desistir, o processo pode ser longo, mas se você acredita em seu trabalho, em sua arte, deve defendê-los.

1. Por que eu tenho que “pesquisar” sobre a editora primeiro?
Porque isso aumenta as chances de o seu original ser avaliado. Com a pesquisa (uma visita atenta ao site da editora pode ser o suficiente!), você descobre se a editora estipulou regras para o envio de originais (se isso foi feito, a equipe simplesmente ignora os originais enviados em desacordo) e identifica a linha editorial.

Ter certeza (ou quase, pelo menos!) de que o seu texto se encaixa no perfil da editora é fundamental. Não adianta enviar romance adulto, se a empresa só publica livros infantis; não adianta enviar obras religiosas se a editora nunca publicou nenhum livro desse genêro. (Para ajudá-los com isso, planejei uma categoria de posts chamada “Perfis editoriais”, em que vou escolher uma editora como exemplo e mostrar como identificar as linhas editoriais, as regras de publicação… Assim ficará mais fácil fazer a pesquisa de vocês no futuro.) Continuar lendo Cinco coisas que você sempre quis saber…

O autor-burocrata

Os últimos textos têm sido mais voltados para a publicação tradicional e a comparação desta com a autopublicação. Com este post, começo a passar algumas orientações mais práticas para os novos autores que escolheram o segundo caminho.

Vou começar justamente pela parte mais chata… A verdade é que as burocracias são incontornáveis, mas não tão complicadas quanto parecem em um primeiro momento. Hoje vou fazer apenas uma breve apresentação de cada tópico; podemos deixar algo mais detalhado para o futuro.

Direito autoral
Trata-se da proteção jurídica conferida às obras intelectuais (artísticas, científicas ou literárias) criadas por uma pessoa. No Brasil, o que rege esses direitos é a Lei 9.610 de Fevereiro de 1998. O que é importante saber sobre isso? Continuar lendo O autor-burocrata

Por que as editoras (ainda) são importantes

Este post é a tradução de um artigo em inglês intitulado Why Publishers (Still) Matter, de Claiborne Hancock and Jessica Case, publicado em 25 de julho de 2014 nesta página do Publishers Weekly, que autorizou a publicação em português neste blog.

Editores independentes da Pegasus Books falam sobre os méritos da publicação tradicional

À luz de controvérsias recentes acerca da precificação e do desconto para e-books (vocês sabem de quem estamos falando), um assunto que com frequência deixa de ser abordado é a importância do editor moderno na criação de um livro.

Editoras exercem um papel fundamental na vida de seus livros. O que faz um livro surgir, em primeiro lugar, é a visão do autor. Mas cada história, narrativa ou romance se beneficia dos esforços de um editor – e da máquina editorial por trás dele – que compartilha a visão do autor e ajuda a tornar sua fruição possível.

Autores podem contratar editores freelancer, é claro, mas há algo único na relação que o autor tem com o editor que, além de aprimorar e refinar o texto original, também acompanha o livro enquanto ele passa pelas várias etapas de produção, design, marketing, publicidade e vendas. Ao longo dos últimos anos, enquanto o número de livrarias e bibliotecas despencava, o esforço de venda feito pelos editores e a defesa dentro do mercado tornaram-se ainda mais importantes. Dos pontos de venda tradicionais, lojas especializadas, aos distribuidores digitais, a editora oferece uma conexão valiosa entre o autor e o canal de venda. Embora seja possível para os autores estabelecer contato direto com alguns desses canais, é difícil que consigam, sozinhos, conectar-se com todos os distribuidores.

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Os dois caminhos

No último post, apresentei um esquema que fiz no Prezi sobre o processo tradicional para ter um livro publicado: contar com uma editora. Mas esse não é o único caminho possível, embora seja, para muitos, o mais atraente. Hoje vou comparar esse processo com a autopublicação, tentando deixar claro quando um ou outro é mais adequado.

Um texto com potencial para publicação por editora deve buscar esse caminho, pois isso com certeza tornará mais fácil que ele alcance seu público, que até poderá ser ampliado. Agora, um original que não se encaixa nesse perfil não precisa ficar escondido na gaveta ou ser exaustivamente submetido às editoras; a autopublicação pode ser o meio termo entre a vontade do escritor e as possibilidades do texto e, mais do que isso, pode ser a opção ideal para determinados projetos.

Publicação tradicional

Processo: autor escreve, submete original para avaliação da editora, que decide publicar e cuida de todas as etapas de edição, publicação, divulgação e distribuição.
Prós: o autor não arca com o investimento e não corre riscos (tudo é responsabilidade da editora); há quem considere que essa modalidade confere maior “legitimidade” ao texto publicado; há menos preocupações e trabalho para o autor, que tem o apoio de uma extensa equipe de profissionais.
Contras: o autor tem pouco controle sobre o produto final; a margem de ganho por exemplar não é muito grande; a lógica de publicação é norteada por muitos fatores externos: desde o próprio mercado até questões políticas e culturais das editoras.
Perfil dos textos/livros: o texto precisa ter potencial para alcançar público suficiente a ponto de justificar o investimento da editora, evitando prejuízos. Não necessariamente esse público precisa ser vasto e difuso (como é o caso dos best-sellers), mas o produto final deve ter a capacidade de alcançar além do círculo íntimo e profissional do autor.

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O passo a passo da publicação

Por que não começar pelo começo?

Fiz um resumo em forma de esquema sobre como o livro é feito, no caso de um processo tradicional (publicação por editora). Para quem ainda está de fora, pode não ser claro tudo o que faz parte desse processo: muito mais do que revisar o texto e criar a capa! (E entender isso é importante para diferenciar publicação de autopublicação.)

Não entrei em muitos detalhes, mas acho que a “linha do tempo” serve para dar uma noção muito boa do todo, para podermos esmiuçar ao longo dos outros posts.

Também é importante dizer que, embora eu tenha colocado em forma de reta, de processo contínuo, a realidade, é claro, não é bem assim. As diferentes etapas se sobrepõem o tempo todo.